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ANS autoriza retomada de cirurgias eletivas no país

10 de junho 2020 Paulo Araripe Jr.

Medida foi decidida por unanimidade pela agência. Procedimentos serão realizados conforme indicação de profissional de saúde 

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou ontem a retomada de cirurgias e outros procedimentos eletivos, aqueles que não são de urgência e emergência. Eles estavam suspensos desde 25 de março, como medida de enfrentamento à pandemia do coronavírus.

A decisão, que retoma os prazos máximos para que os convênios autorizem os procedimentos, foi tomada em reunião da diretoria da entidade realizada ontem.

Em nota, a ANS informou que os procedimentos eletivos devem ser realizados conforme indicação do profissional de saúde. Caberá aos planos justificarem a impossibilidade de atender aos prazos, apresentando documentos que demonstrem situação epidemiológica, disponibilidade de leitos e medidas restritivas.

O item foi aprovado por unanimidade e embasado em nota técnica do órgão. A decisão, segundo a ANS, foi tomada tendo o paciente como maior interessado.

A recomendação para que os usuários de planos de saúde adiassem consultas, exames e cirurgias que não fossem de urgência ou emergência foi feita pela ANS em 19 de março. O objetivo liberar leitos para pacientes do novo coronavírus, assim como evitar a contaminação das pessoas durante idas às unidades de saúde.

CNSAÚDE: INFRUTÍFERA

O diretor-superintendente da agência, Rogério Scarabel, chegou a destacar, na época, que a medida contribuiría para a adoção das medidas de isolamento social. A ANS já havia informado que, durante a pandemia, flexibilizaria os prazos para a realização de procedimentos eletivos pelas operadoras. O descumprimento de prazos de atendimento é um dos itens que podem levar a agência a suspender a venda de planos de saúde.

Para Breno Monteiro, presidente da CNSaúde, que congrega os prestadores de serviços, a suspensão dos prazos feita pela ANS havia se mostrado infrutífera:

– Cirurgias e tratamentos que precisavam ser feitos deixaram de ser realizados. Naturalmente, nos estados que perderam o controle da contaminação, os leitos foram todos ocupados, sem precisar de normativos. A suspensão só levou ao atraso nos tratamentos e dificuldade financeiras pelas instituições, que, com taxas de ocupação reduzidas, têm enfrentado dificuldade.

Para Monteiro, a restrição poderia ter sido retirada há dez dias, quando a CNSaúde e outras entidades encaminharam estudos mostrando que tratamentos eletivos têm baixa demanda por UTIs: apenas um em cada dez, e por prazo médio inferior a dois dias.

Referência: O Globo