Banco digital C6 Bank estreia no mercado de seguros — mas sem dispensar o corretor
26 de janeiro 2021 Paulo Araripe Jr.
O C6 Bank estreia no mercado de seguros com o lançamento de um produto próprio — e o desafio transformar o banco digital em um canal relevante para a venda de seguros.
Enquanto a venda de seguros por meio de bancos — o chamado bancassurance — é um importante canal para a venda de seguros no mundo offline, a disrupção digital nesse setor ainda é um sonho distante.
— Ainda não descobriram uma fórmula para vender seguro nos meios digitais. Em todo o mundo, cerca de 80% da venda de seguros ainda acontece com a intermediação de um corretor de seguro —, diz Fabio Basilone, head de Seguros do C6.
A estratégia do C6, explica Basilone, passa pelo desenvolvimento de produtos próprios de fácil contratação pelos meios digitais em parceria com as seguradoras e resseguradoras, sem dispensar a força de vendas do corretor.
— Não vamos fazer bancassurance. Vamos criar nossos próprios produtos e fazer uma curadoria das melhores seguradoras por produto que a gente idealiza — diz ele. — A nossa disrupção vai ser manter a intermediação. Está todo mundo tentando tirar o corretor e não tem dado certo. O corretor vai ter lugar no nosso app.
O banco já trabalha com uma rede de 3 mil corretores — e pretende aproveitar a força de vendas não apenas para vender seguros, mas também para atrair clientes para o próprio banco. No caminho inverso, o cliente que já trabalha com um corretor vai poder trazê-lo para o ecossistema do banco.
Seguro prestamista
O C6 já tem dez produtos desenhados com diferentes parceiros e que serão lançados ao longo do ano. O primeiro é um seguro prestamista, lançado de forma piloto para pessoa física e MEI na semana passada, e que nas próximas semanas será oferecido também para pessoas jurídicas.
Modalidade de seguro que é contratada junto com um empréstimo e que garante a quitação da dívida em caso de morte ou invalidez, o seguro prestamista do C6 vai custar menos de R$ 1 por mês em média — o preço varia conforme o perfil do cliente e a duração do empréstimo.
— Dois elementos ajudam a explicar o baixo custo do produto. O primeiro é o custo de operação, o segundo é o envolvimento do resseguro, agregando tanto a sua gestão do capital quanto a tecnologia no desenvolvimento de produtos — diz Basilone.
O próximo produto a ser lançado será um seguro para pequenas reformas, que poderá ser contratado por meio das maquininhas do C6 Pay.
Fundado em 2018 pelo ex-BTG Marcelo Kalim, o C6 Bank quadruplicou o número de clientes no ano passado, chegando a 4 milhões. O banco captou em dezembro R$ 1,3 bilhão em uma operação estruturada pelo Credit Suisse com 40 clientes do private banking.
Autor: Mariana Barbosa
Referência: O Globo On-Line