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Desafio das operadoras é tomar produtos mais acessíveis ao cidadão

07 de abril 2022 Paulo Araripe Jr.

Vera Valente, diretora da FenaSaúde: setor necessita da atualização criteriosa do marco legal da saúde suplementar

A pandemia pegou o segmento cie saúde suplementar em meio a uma grande revolução já em curso nos últimos anos. Maior concorrência, planos mais acessíveis, segmentação de coberturas e melhor eficiência operacional são medidas que podem ajudar a ampliar o acesso à saúde para a população brasileira em 2022, segundo os principais porta vozes do segmento, que atende quase 50 milhões de beneficiários.

Vera Valente, diretora executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), conta que para melhorar o acesso, o setor necessita da atualização criteriosa do marco legal da saúde suplementar do país, cuja legislação em vigor data de 1998. “Entre as mudanças necessárias estão maior segmentação, novos modelos de franquias e coparticipação; e mais liberdade para a comercialização de planos individuais, com regras competitivas para precificação e reajustes”.

O interesse do governo em estimular a concorrência nesse segmento é latente. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sinaliza a criação de um modelo open health, como fez o Banco Central com o open finance, para aguçar a concorrência em operações bancárias, de seguros e previdência privada, crédito e câmbio. A razão do estímulo é simples: cada beneficiário a mais na saúde suplementar é um paciente a menos a disputar atendimento no já sobrecarregado Sistema Único de Saúde, o SUS.

O setor encerrou 2021 com 48,9 milhões de usuários, em sua maioria de planos empresariais. Um crescimento de 3,2% em relação a 2020. Trata-se da melhor marca desde 2015, quando o número de clientes de planos de saúde alcançou 49,1 milhões. No entanto, um velho problema persiste. De um lado as operadoras se queixam da alta dos custos, agravada ainda mais com a pandemia e com a alta da inflação. De outro, a crise aperta o bolso do consumidor.

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Autor: Denise Bueno
Referência: Valor Econômico (Especial Saúde)