Mudanças no seguro rural terão que esperar
14 de abril 2022 Paulo Araripe Jr.
Problemas climáticos e falta de recursos freiam planos
Os sucessivos problemas climáticos dos últimos anos em importantes regiões agrícolas do Brasil e a alta sinistralidade das lavouras cobertas com o seguro rural frearam os planos do governo federal de fazer mudanças mais profundas nessa política de gestão de riscos.
A incorporação dos agricultores familiares no Programa de Subvenção do Seguro Rural (PSR) está descartada no curto prazo. Sem a previsibilidade orçamentária necessária nem a garantia de aporte de recursos para absorver o público atualmente atendido pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), o governo avalia o momento como “crítico” para implementar as inovações pretendidas.
A avaliação é que o mercado segurador teve uma “inversão de direção” forçada pelos eventos climáticos recentes, como secas e geadas, que geraram perdas bilionárias aos produtores rurais no campo e resultados negativos para as contas das seguradoras. O prejuízo financeiro nos últimos oito anos nesse segmento no Brasil chega a R$ 2,5 bilhões.
Antes de ampliar o público do PSR, será preciso fazer uma reestruturação no modelo atual para garantir a sobrevivência do programa, dizem fontes em Brasília. “O mercado já vinha de quatro anos de resultados negativos, e tivemos novas catástrofes. Se a gente não readequar, pode ser que amanhã o seguro rural não esteja aqui”, disse um técnico a par do assunto. “Temos que dar um passo atrás na discussão”.
Autor: Rafael Walendorff
Referência: Valor Econômico