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Governo exonera número 2 da Saúde e nomeia novo secretário

12 de maio 2022 Paulo Araripe Jr.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, foi exonerado nesta quarta-feira (11). Para o posto, que é o segundo mais importante da pasta, o presidente Jair Bolsonaro (PL) nomeou Daniel Meirelles Pereira, que era assessor especial do ministro Marcelo Queiroga.

Segundo o Diário Oficial da União, a exoneração ocorreu a pedido de Cruz. Ele é servidor da Economia e avalia assumir um posto em associação da indústria farmacêutica, segundo integrantes do governo.

Pereira é servidor de carreira da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), órgão em que foi diretor-adjunto de Desenvolvimento Setorial e coordenador de Ajuste de Conduta.

Em abril, ele foi aprovado pelo Senado, com 38 votos favoráveis e 5 contrários, para uma vaga de diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), função que deve assumir no fim de julho. Assim, a tendência é que assuma de maneira provisória o segundo cargo mais importante do Ministério da Saúde.

O novo secretário-executivo da Saúde chegou a ser mencionado durante a CPI da Covid. Congressistas lembraram um episódio de 2020, quando ele era diretor-adjunto na ANS e participou do processo de contratação para a agência de uma filha de Braga Netto, ex-ministro da Defesa e possível candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Após repercussão negativa, o processo de contratação foi interrompido.

O Sinagências (Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação) questionou, à época, o governo sobre possível caso de nepotismo cruzado. Isso porque Pereira é irmão de Thiago Meirelles, que naquele período ocupava o cargo de secretário-executivo da Casa Civil quando a contratação estava em discussão. A pasta estava sob comando de Braga Netto naquele momento.

O irmão de Daniel Pereira hoje atua no Planalto como subchefe de Articulação e Monitoramento.

Autor: Matheus Teixeira
Referência: Folha de São Paulo