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Reajuste de plano individual será de 15,5%

27 de maio 2022 Paulo Araripe Jr.

Aumento traz alívio à rentabilidade de operadoras, mas pode provocar cancelamentos e inadimplência.

Após um reajuste negativo de 8,19% no ano passado, os planos de saúde individuais terão aumento de até 15,5%. Trata-se da maior variação da série histórica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), iniciada em 2000. Até então, a maior alta havia sido de 13,57%, aplicada em 2016.

O reajuste abarca uma população de cerca de 8 milhões de usuários, o equivalente a 16% do total de pessoas com convênio médico.

Esse percentual já era esperado, uma vez que o cálculo é feito a partir de uma fórmula pública. A dúvida era se ANS aplicaria o reajuste em sua integralidade num ano de inflação e eleições. No passado, a divulgação do aumento foi adiada devido a pressões políticas.

“Em 2021, com a retomada gradativa do uso do plano de saúde pelos beneficiários, as despesas assistenciais apresentaram crescimento influenciadas, principalmente, pela variação no preço dos serviços/insumos de saúde”, informa a ANS.

O reajuste de 15% traz alívio para rentabilidade das operadoras, em especial à Hapvida que tem 30% de sua carteira formada por planos individuais. Mas há risco de afetar a receita com cancelamento e inadimplência de pessoas que não puderem arcar com a alta. “Considerando que em 2020, as operadoras tiveram que parcelar o reajuste, em 2021 deram um reajuste negativo de 8,19%. Agora, acredito que a tendência é elas preferirem aplicar o reajuste e manter margem”, disse Luiz Feitoza, da consultoria Arquitetos da Saúde.

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Autor: Beth Koike e Rafael Vazquez
Referência: Valor Econômico