Recolocação em fundos de pensão no novo governo conta até com headhunter
04 de novembro 2022 Paulo Araripe Jr.
Executivos dos principais fundos de previdência, Petros, Funcef e Previ, tentam realocação na gestão de Lula em postos-chave da administração
Com a troca de governo, dirigentes dos principais fundos de pensão de estatais chegaram até a acionar caçadores de talentos (headhunters) para costurar indicações em fundações de previdência ou órgãos ligados à administração indireta. Um deles é Bruno Dias, presidente da Petros, o bilionário fundo de pensão da Petrobras. Na Funcef (Caixa) e na Previ (Banco do Brasil), executivos afirmam j á ter acionado lideranças partidárias da base de apoio de Lula pela realocação.
Eu? não
Dias nega ter contratado headhunter para deixar a Petros. Via assessoria, ele disse que segue “focado no comando da fundação”. Disse que, sob sua gestão, os dois planos de benefício definido mais importantes apresentaram superávit após nove anos.
Passado
Funcionário de carreira do BNDES, Bruno Dias é ligado a Solange Vieira, indicada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para comandara Susep (Superintendência de Seguros Privados). A missão de seu headhunter é difícil: desvincular seu nome de Gustavo Montezano, presidente do BNDES, e de Solange Vieira, ex- Susep, junto ao PT.
Presente
Uma das saídas aventadas pelo seu headhunter será lembrar que Solange Vieira foi presidente da Anae, a agência da aviação, durante o primeiro mandato de Lula. E que Dias é um profissional competente do BNDES.
Conexões… Na Funcef, o PDT, sigla presidida pelo ex-deputado Carlos Lupi, é o que vem recebendo mais pedidos para cargos em bancos estatais, fundos de pensão ou na Previc, órgão regulador do setor.
…Políticas
Segundo um dos dirigentes do fundo de pensão da Caixa, quem coordena essa movimentação por cargos é o diretório nacional do PDT. O presidente do partido deu apoio a Lula no segundo turno em momento decisivo para a formação da chamada frente ampla, que garantiu a vitória ao petista.
Autor: Julio Wiziack
Referência: Folha de São Paulo