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Abrapp defende mudanças e normas mais transparentes

03 de fevereiro 2023 Paulo Araripe Jr.

Novo presidente da entidade, Jarbas Biagi fala em benefícios fiscais para os participantes

A nova direção da Abrapp, entidade que representa os fundos de pensão, acredita que há condições para o sistema de previdência fechada crescer sob as regras atuais, mas também defende mudanças em busca de normas mais transparentes e benefícios fiscais para os participantes. Jarbas Biagi assumiu o comando da associação na quarta-feira, em um mandato de dois anos que deve ser o último de um presidente diretamente ligado a alguma entidade de previdência. A expectativa é eleger um executivo profissional como seu sucessor.

Biagi assume o cargo em substituição a Luis Ricardo Martins, que liderou a Abrapp por seis anos, divididos em dois mandatos. O novo presidente foi um dos fundadores do OABprev-SP, plano voltado para advogados, e era diretor jurídico da Abrapp antes de se tornar presidente. Por 22 anos, até abril de 2019, foi o principal executivo do Fundo Banespa de Seguridade Social (Banesprev).

Sem um novo plano de pensão tradicional com a figura do patrocinador desde 2005, o crescimento da indústria nos últimos anos foi baseado nos planos setoriais ou instituídos e nos planos família, dedicados aos parentes de pessoas ligadas a algum fundo de pensão. E, no setor público, surgiram os planos voltados para servidores, caso do Funpresp e do Funpresp- Jud, que futuramente têm potencial para se tornarem os maiores do país. Em setembro, segundo os dados mais recentes da entidade, havia mais de 7 milhões de participantes, entre ativos, dependentes e assistidos. O patrimônio total do sistema era de R$ 1,2 trilhão.

A reforma da previdência, em 2019, trouxe uma nova possibilidade de crescimento para o setor. Os Estados e municípios com regime próprio de aposentadoria para os servidores públicos tiveram que implementar o regime de previdência complementar para quem recebe acima do teto do INSS, e a adesão é facultativa. Mas a Abrapp também está de olho em quem recebe abaixo destes valores. “Tem uma população que recebe abaixo do teto e há necessidade de uma previdência privada. O benefício previdenciário diminui ao longo do tempo. Vamos trabalhar neste segmento”, afirma Biagi, em entrevista ao Valor.

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Autor: Juliana Schincariol
Referência: Valor Econômico