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Dasa e Hapvida se preparam para ‘follow-on’

27 de março 2023 Paulo Araripe Jr.

Endividadas, empresas de saúde buscam nova capitalização para dar alívio aos seus balanços

As empresas de saúde Dasa Hapvida conversam com bancos para fazer ofertas subsequentes de ações (“follow-on”), apurou Valor.

A família Bueno, controladora de laboratórios de diagnósticas e hospitais, pretende levantar R$ 1 bilhão – o BTG Pactual também vai colocar R$ 500 milhões, depois da divulgação dos resultados da companhia, previsto para esta terça-feira, conforme comunicado ao mercado.

Com grande alavancagem, as duas companhias de saúde buscam injetar dinheiro para dar alívio a seus balanços em um momento em que a taxa de juros está em 13,75% ao ano e a economia está em desaceleração.

Para evitar diluição, os acionistas controladores das duas companhias vão participar das ofertas, que deverão ocorrer em abril, em meio à aversão ao risco do mercado, dizem pessoas familiarizadas com o tema.

Para driblar a volatilidade do mercado, a Hapvida tem costurado, antes de lançar a operação, a participação de fundos especializados na área de saúde para ancorar a transação, segundo fontes. Interlocutores afirmam que o Bank of America está liderando essas conversas, mas outros bancos já teriam sido contratados nas últimas semanas.

Na operação da Dasa, o sindicato foi fechado e inclui o BTG Pactual, que já era assessor financeiro da empresa e a ajudava na busca de investidor. Também participam Itaú BBA e Bradesco BBI.

Empresas especializadas em reestruturação alertam que empresas de saúde começam a passar por um escrutínio financeiro por conta do movimento de consolidação recente – além das dívidas, parte das companhias ainda não conseguiu integrar seus diversos negócios.

No caso da Hapvida, o “follow-on” – jargão em inglês para oferta subsequente – não é a única alternativa que está sendo explorada. A companhia passou as últimas semanas em contato com diversos fundos e investidores, não só os ligados ao setor de saúde, segundo fontes.

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Autor: Mônica Scaramuzzo e Fernanda Guimarães
Referência: Valor Econômico