Com mais um déficit, Petros aguarda novo CEO
20 de abril 2023 Paulo Araripe Jr.
Fundação da Petrobras terá que equacionar rombo de R$ 1,2 bilhão referente a exercício de 2022
A Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, encerrou 2022 com resultado negativo que vai levar a novo equacionamento em pelo menos um dos planos que administra. O Valor teve acesso a documentos que mostram rombo de R$ 4,8 bilhões no ano passado. A Petros confirma o déficit, mas fala em resultado consolidado negativo de R$ 1,2 bilhão, “após ajustes de precificação dos ativos”. Segundo fontes, é com base nesse valor que serão calculadas as contribuições extras de participantes e do patrocinador. A situação terá que ser enfrentada pelo novo presidente da fundação, que deve chegar nas próximas semanas, no lugar de Bruno Dias, que deixou a entidade no fim de março. A expectativa é que o substituto seja anunciado em maio.
O nome mais cotado para o cargo, segundo fontes de mercado, é o de Henrique Jäger, que foi presidente da Petros no governo Dilma e hoje é assessor do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. O nome tem apoio da direção da petroleira e a simpatia da Federação Única dos Petroleiros (FUP). O mandato de Jäger teve início em março de 2015, ano em que o resultado negativo do fundo superou R$ 20 bilhões, e durou pouco mais de 12 meses. Em 2016, ele chegou a prestar depoimento à CPI dos fundos de pensão, criada para investigar rombos nas contas das entidades, e, na ocasião, afirmou que os resultados eram conjunturais.
Autor: Juliana Schincariol e Liane Thedim
Referência: Valor Econômico