Polo questiona Oncoclínicas
22 de junho 2023 Paulo Araripe Jr.
Gestora explica em carta sua aposta na queda das ações, com crítica à governança e contabilidade
A gestora Polo Capital levantou questionamentos sobre as opções de contabilização feitas pelo grupo de saúde Oncoclínicas nos últimos 15 meses, principalmente em relação a custos médicos lançados no ativo intangível, e não nas despesas do demonstrativo de resultados, o que ajudaria a mostrar margens maiores ao mercado. A análise levou a Polo a uma posição vendida (que aposta na desvalorização das ações), explicada ontem em carta de 28 páginas a investidores – um dia após o fechamento da oferta de ações da empresa.
Os ajustes apontados pela gestora resultariam em um Ebitda reportado 30% acima do Ebitda “real” calculado pela Polo.
A Oncoclínicas é controlada pelo Goldman Sachs e tem um acordo de acionistas com o fundador Bruno Ferrari, hoje com 3,7% da empresa. Cristiano Camargo, ex-Goldman, assumiu como diretor financeiro no início de 2022.
A Polo ficou instigada com o crescimento de margem nos últimos sete trimestres (quando indicador bruto saltou de 27,1% para 36,4%), uma vez que os centros de atendimento oncológicos, chamados câncer centers, de fato tem percentuais mais elevados que as clínicas tradicionais do grupo, mas ainda representam muito pouco do negócio para ser o vetor dessa alta. Os centros passaram de 5% para 14% do negócio no período, ainda em transformação do negócio de clínicas.
Autor: Maria Luíza Filgueiras
Referência: Valor Econômico