‘Tempestade perfeita’ trava fusões e aquisições no setor de saúde
14 de julho 2023 Paulo Araripe Jr.
Transações caem de R$ 12,8 bi em 2022 para R$ 1,1 bi no primeiro semestre
Após movimentar aproximadamente R$ 60 bilhões em fusões e aquisições em 2021, o setor de saúde viu esse montante cair para R$ 12,8 bilhões em 2022 e deve assistir a uma queda ainda maior neste ano.
No primeiro semestre, as transações somaram apenas R$ 1,1 bilhão, segundo levantamento da consultoria EY-Parthenon. Mesmo quando comparado a 2019, período anterior à pandemia, as cifras são menores.
Esse cenário pessimista é devido ao que se chama de “tempestade perfeita”. De um lado, o setor de saúde enfrenta uma sinistralidade recorde devido ao maior uso plano de saúde e alta nos custos médicos após a pandemia, gerando pressão em toda a cadeia. Por outro lado, os grupos consolidadores, que lideraram as aquisições entre 2020 e 2021, hoje estão alavancados com o aumento da taxa de juros que saltou de 2% para 13,75% nos últimos três anos.
“Custo de capital elevado, incertezas geopolíticas e inflação, naturalmente, afetam as transações. Aliado a esses fatores, as teses de investimento em saúde perdem ainda mais força com o aumento do custo médico acima da inflação e aumento da sinistralidade provocada, principalmente, pela demanda reprimida da pandemia e comorbidades geradas pela covid”, disse Fábio Schmitt, sócio da EY-Parthenon.
Autor: Beth Koike
Referência: Valor Econômico