Lendo, hoje pela manhã, a matéria “Romário, relator do rol taxativo dos planos de saúde, dá parecer favorável por fim do projeto”.

Dentro do texto que li destaco “Imagino o quão devastador é ver meu filho ou minha filha precisando de um tratamento ou terapia específica, mais moderna, e não poder oferecê-la por não constar no rol democrático da ANS. A ciência não espera e a saúde das pessoas também não. A cada dia surgem tratamentos mais efetivos e eficazes contra as mais variadas condições.

E é direito de quem paga caro por um plano ter acesso ao melhor que a medicina oferece”.

Raciocinando como um cidadão comum, leigo na matéria sobre planos de saúde, teria que bater palmas para o Senador, relator da matéria.

Porém, por dever de ofício, tenho a oportunidade de conhecer um pouco mais profundamente o assunto e creio que, o Senador “jogou para a torcida” e fez um gol contra.

Todos os “tratamentos mais efetivos e eficazes” tem um custo e quanto mais modernos, mais caros estão ficando.

Do outro lado, as operadoras de saúde suplementar, se obrigadas a cobrir as questões da saúde indiscriminadamente, mantendo-se o Rol como meramente exemplificativo, irão rever os valores previstos nas notas técnicas atuariais e este custo será, certamente repassado aos usuários, talvez em proporções que conduzirão o valor dos produtos a patamares inalcançáveis para boa parte da população.

Significa planos caros com sustentabilidade ameaçada, menos pessoas com planos privados e maior sobrecarga ao SUS.

A partir daí, refaço o trecho destacado do parecer do Senador, para o seguinte:

– “Imagino o quão devastador é ver meu filho ou minha filha precisando de um tratamento ou terapia específica, mais moderna, e não poder oferecê-la por – (*não ter condições de pagar um plano de saúde completo e o SUS ter filas enormes para que eu seja atendido). *minhas palavras.

Repito, quem não conhece os números da saúde privada no Brasil, vai adorar a decisão no sentido de que o Rol seja exemplificativo. Mas quem lida com o setor vai ver que será um belo gol CONTRA.

O tema é complexo e controverso, mas precisa ser examinado com uma profundidade muito maior verificando qual de fato é a melhor maneira de beneficiar a população.