Capitolio


Opinião

O Rio de Janeiro tem jeito e os seguros podem ajudar

04 de julho 2023 Marcio Serôa de Araujo Coriolano

Não posso deixar de lembrar que tive a felicidade, ainda nos anos 70, de participar da administração pública de um período importante para o desenvolvimento da cidade do Rio e da Região Metropolitana do Estado.

Alguns dirão que foi a época do regime autoritário. Com Governador indicado por ele, beneficiado então pelo forte fluxo de recursos advindos da União. Concordo. Independente das avaliações históricas e de cunho político-institucional, há que reconhecer o fortalecimento do planejamento e de ações integradas nos espaços urbano e metropolitano que possibilitaram obras como a Ponte Rio-Niterói, os grandes zoneamentos industriais nos municípios da Baixada Fluminense e Zona Oeste, a programação e parte da execução dos eixos viários das Linhas Vermelha e Amarela, os investimentos em saneamento urbano e conjuntos habitacionais, a implantação da Comlurb – então um dos mais modernos sistemas de lixo urbano do mundo–, a formulação e implementação de várias leis e normas de ordenamento da cidade e municípios metropolitanos. Tudo isso conduzindo à criação de empregos, atração de negócios e investimentos. Sem contar com o protagonismo de centros universitários e institutos representativos de categorias profissionais que ampararam tecnicamente aqueles projetos, como a Coppe, o IAB, OAB. Iuperj e tantos outros. Aqui estou simplificando, em benefício da economia do texto.

Desde então, por várias razões, o Rio (sempre referindo à Região) veio perdendo as suas conquistas e novas oportunidades. E sabemos que espaços vazios de oportunidades são ocupados por outros, no caso especialmente São Paulo e Minas Gerais. Os diagnósticos desse enfraquecimento estão postos. E a população não vive de diagnósticos, embora sejam sempre importantes para o reposicionamento e recuperação de suas necessidades e vontades.

O atual debate sobre a concorrência espúria entre o eixo aeroportuário do Galeão/Santos Dumont e Guarulhos/Congonhas, parece apenas a ponta do iceberg de várias perdas regionais sucessivas (esvaziamento mesmo), sem estranheza da contribuição negativa dos escândalos e desvios dos governos que administraram recentemente esta região de tantas realizações importantes para os seus cidadãos.

Agora, deve ser a hora da virada. Tanto quanto a advinda da ativa coordenação político-institucional entre Prefeitura e Governo do Estado como igualmente também das cada vez mais ativas representações dos setores produtivos, das comunidades pobres e dos órgãos de especialidades profissionais do Rio.

Entre esses movimentos benignos, temos agora uma nova liderança na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), renovada e ao mesmo tempo aproveitando tudo o que já realizou. Tenho a honra e alegria de poder participar, como um dos seus vice-presidentes, dessa iniciativa que tem muitos personagens importantes como o líder do seu conselho superior, Ruy Barreto Filho, e o seu presidente eleito, o médico e empreendedor Riomaníaco Josier Vilar, de reconhecida competência, dinamismo e capacidade de agregação de valores e gentes.

E para não dizerem que deixei de falar dos seguros (e os planos de saúde estão juntos) essa virada deverá encontrar apoio importante nas companhias seguradoras e resseguradoras aqui instaladas ou operantes, e nas suas representações e agências governamentais do setor aqui também instaladas. Sem esquecer da recuperação do adiado projeto da cidade do Rio como polo latino-americano de seguros e resseguros. Temos inteligência e capacidade instalada para isso. Basta a vontade de realizá-lo. Neste ano o Rio sediará o congresso da FIDES, federação internacional que congrega as federações latinoamericanas de seguros, somadas às da Espanha e dos EUA. Precisamos aproveitar a oportunidade. Teremos centenas de visitantes. O Rio merece e agradece.