Opinião
Seguros – Números até o mês de Julho de 2023
19 de setembro 2023 Marcio Serôa de Araujo Coriolano
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) divulgou em 18/09/2023 as estatísticas da arrecadação dos seguros atualizadas até o mês de JULHO do corrente ano.
A queda do ímpeto da taxa de crescimento anualizada, que vinha ocorrendo desde janeiro deste ano, teve uma trégua naquele mês de JULHO, estabilizando-se no patamar próximo a 12% (11,8% em JULHO e 11,7% em JUNHO). Para uma comparação rápida, em janeiro deste ano a taxa anualizada de crescimento havia sido de 17,2%, a maior da série histórica.
As receitas em JULHO, de R$ 35,4 bilhões, tiveram acréscimo de 7,9% frente às do mês anterior, JUNHO, após o reduzido aumento de 4,4% relativo a MAIO. Na ausência de dados de quantidades de itens, permanece difícil diagnosticar se o efeito do crescimento é de demanda efetiva ou de preços dos seguros (tarifação e reajustes), o que somente poderá ser explicado quando o SRO – Sistema de Registro de Operações, da Susep, adiado, passar à sua plena vigência.
Os números de JULHO ainda foram superiores em 13,8% na comparação com o mesmo mês do ano de 2022, após modestos 6,3% na comparação com JUNHO do ano passado. Quando considerado o período acumulado no ano, a arrecadação cresceu 8,6% contra 2022, um pouco maior do que os 7,7% até JUNHO.
O importante a observar é que (conforme acima registrado), em termos anualizados (*), a evolução das operações de seguros teve interrompida a sua trajetória de queda das taxas de crescimento, tendo sido de 11,8% até JULHO, após a métrica de 11,7% até JUNHO, 12,2% até MAIO, 13,5% até ABRIL, 14,8% até MARÇO e de 15,6% até FEVEREIRO contra os exuberantes 17,2% registrados até JANEIRO.
(*) Média de “janelas” de 12 meses móveis.
Como sempre vimos comentando, a dança das taxas de evolução das receitas ocorre pelos efeitos estatísticos de uma base anterior comparativa, de 2021 e 2022, de arrecadação mais forte. A maior contribuição relativa para essa evolução no período acumulado de janeiro a julho foi do ramo de Danos e Responsabilidades, com 13,9%, seguida de 7,1% da Previdência Privada Aberta, de 6,8% da Capitalização e de 6,1% do ramo de Pessoas (Vida + VGBL).
O Gráfico a seguir apresenta as taxas anualizadas de JANEIRO de 2018 até o último dado de JULHO de 2023, estas sendo a melhor medida para a avaliação de tendências. Concluindo, a evolução recente das receitas do mercado de seguros – com quedas sucessivas de taxas de crescimento anualizadas, sucedidas pela estabilização em julho – permanece mostrando que o segundo semestre deste ano permanece sendo desafiador.
Em geral, as indenizações e resgates durante o ano continuam evoluindo bem abaixo das receitas, equilibrando muito melhor os resultados operacionais (“sinistralidades”), o que, além de um alívio que se seguiu à pandemia, significa mais um desafio setorial para o segundo semestre pela sensibilidade de tarifas (preços) à capacidade de pagamento de indivíduos, famílias e empresas contratantes.