Capitolio


Opinião

Seguro de Pessoas, perspectivas para pós-pandemia

25 de setembro 2020 Lucio Antonio Marques

Creio que o mercado de seguros de um modo geral, vai ter que mudar. As vezes mudar pode ser divertido e um sucesso. Nas, frequentemente os esforços de mudança fracassam, pois as pessoas realmente se comprometem com a mudança. Entendo ser extremamente difícil, visto que as pessoas ficam presas a hábitos e a comportamentos antigos, mesmo que, tempos depois eles tenham perdido esta utilidade. A mudança está por toda parte. É preciso que pós pandemia as seguradoras criem ideias de urgência. Nenhuma mudança ocorre sem dor e ansiedade. A inevitável pergunta aparece. Será que vai dar certo? É necessário que se crie a necessidade de mudar, Motive seus funcionários, corretores a quererem mudar. A mudança é um processo e não um destino. Ela nunca tem fim, independentemente do sucesso que ocorra agora, no próximo mês ou no próximo ano, haverá a possibilidade de que ocorram outros problemas e que seja necessário uma nova mudança. A mentalidade das pessoas é complexa, sempre colocam barreiras às mudanças.

Algumas dizem frases como esta: “esta mesa é minha” e o “que eu faço aqui só eu sei fazer”, normalmente no momento em que se procura dar uma nova organização à empresa. É muito difícil mudar hábitos adquiridos há muitos anos. É difícil vencer a filosofia “não pense, faça”. Com todas as mudanças que ocorreram e irão ocorrer em razão desta pandemia, O mercado brasileiro precisa Investir na área de treinamentos precisa mudar a imagem, a cor, os conceitos para poder crescer. É necessário acabar com a estagnação. É preciso participar. O mercado de seguros teve uma época que tinha ótimos técnicos, funcionários, mas nunca houve uma grande renovação.

As pessoas mudavam de empresas para melhorar o salário. Hoje o mercado precisa de técnicos de atuários de bons profissionais em áreas importantes como marketing, informática, técnicos em seguros de vida, incêndio, automóvel e muitos outros. Insista pois na ideia de mudança, pensando nos resultados de longo prazo. Invista na área de treinamentos, parta para um programa de qualidade, qualifique, reduza seus custos, melhore seu desempenho profissional, crie produtos de fácil assimilação e custo acessível à população.

Nós  precisamos criar o amanhã. Ao olharmos os balanços e verificarmos as margens de lucro decrescentes, a queda nas vendas, o aumento dos custos, iremos constatar o óbvio. Estamos em apuros! E o que é pior, você acaba de ver um novo produto ser lançado pelo concorrente e diz a si mesmo: “é tão simples, porque não fizemos isso?” É preciso encontrar a falha, o nicho, a demanda ainda não atendida. Descubra onde você pode colocar seus produtos. Precisamos em alguns casos, regionalizar em outros, segmentar nossos produtos. Precisamos cobrar um preço justo e deixar de fazer concorrência predatória, pois assim fazendo na formação não só da poupança estaremos cada vez mais deteriorando o nosso próprio negócio.

Em 2001 na Conseguro tivemos a oportunidade de discutir sobre seguro de vida e demais ramos  os seguros chamados de pessoas. Na época uma coisa ficou clara para todos era necessária uma mudança radical para que pudéssemos nos igualar aos grandes países produtores desta modalidade de seguros.

Um ponto de fundamental importância que o mercado perdeu foi a retirada do incentivo fiscal pelo Ministro Delfim Neto ao não permitir o desconto dos prêmios pagos em seguros de vida e acidentes pessoais no Imposto de Renda valores que eram inclusive limitados, mas que psicologicamente agiam como catalizadores na formação não só da poupanças de longo prazo mas também aumentavam consideravelmente o imposto recolhido pelo Governo em função do aumento das vendas.

Hoje, com a nossa elevada dívida interna, e com o governo precisando aumentar a poupança interna, nada mais coerente em voltar com o incentivo fiscal acima, mormente se levarmos em conta que  a previdência privada é detentora deste benefício. O Governo sabe que as reservas do mercado hoje somam mais de 1 trilhão e podem ser aumentadas e muito, com medidas simples e de amplo efeito social, aumentando a poupança de longo prazo e podendo até troca-las por pedaços da dívida interna.

Os produtores de seguros desenvolvem suas atividades de uma forma cada dia mais crescente, em um contexto de maior competição e incertezas, em um período econômico caracterizado pela sua instabilidade. Por outro lado, observa-se uma progressiva obsolescência tecnológica, com as repercussões lógicas nos processos de trabalho. Acredito que a grande transformação que irá ocorrer na pós pandemia, o mercado terá que ter e garantir as condições mais favoráveis para a produtividade e rentabilidade, e assegurar a capacidade de resposta à demanda no curto prazo. Acredito que o mercado de seguros terá que ter mais criatividade, produtividade e rentabilidade, e assegurar uma resposta a demanda no curto prazo.