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Opinião

Seguros – Números até junho de 2023

10 de agosto 2023 Marcio Serôa de Araujo Coriolano

A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) divulgou em 10/08/2023 as estatísticas da arrecadação dos seguros atualizadas até o mês de JUNHO do corrente ano. As receitas naquele mês, de R$ 32,8 bilhões tiveram acréscimo de 4,4% frente às do mês anterior, MAIO, após o forte aumento de 16,7% relativo a ABRIL. Na ausência de dados de quantidades de itens, permanece difícil diagnosticar se o efeito do crescimento modesto é de demanda efetiva ou de preços dos seguros (tarifação e reajustes), o que somente poderá ser explicado quando o SRO – Sistema de Registro de Operações, da Susep, adiado, passar à sua plena vigência.

Os números de JUNHO ainda foram superiores em 6,3% na comparação com JUNHO do ano de 2022, também após expressivos 16,7% na comparação com MAIO do ano passado. Quando considerado o período acumulado no ano, a arrecadação cresceu 7,7% contra 2022, um pouco menor do que os 8,0% de MAIO.

O importante a observar é que, em termos anualizados, a evolução das operações de seguros continua decrescendo, tendo sido de 11,7% até JUNHO, após a métrica anualizada de 12,2% até MAIO, de 13,5% até ABRIL, 14,8% até MARÇO e de 15,6% até FEVEREIRO contra os exuberantes 17,2% registrados até JANEIRO. Em tempo, a taxa anualizada de 11,7% em JUNHO deste ano é a menor desde os 10,8% do mesmo mês de 2022.

Como sempre comentamos, isso ocorre pelos efeitos estatísticos de uma base anterior comparativa, de 2021 e 2022, de arrecadação mais forte. A maior contribuição no período acumulado de janeiro a junho foi do ramo de Danos e Responsabilidades, com 14,6%, seguida de 6,5% do ramo de Previdência Privada Aberta, da Capitalização (6,4%), e do ramo de Pessoas (Vida + VGBL) com 4,1%.

O Gráfico a seguir apresenta as taxas anualizadas de janeiro de 2018 até o último dado de junho de 2023, estas sendo a melhor medida para avaliação de tendências. Concluindo, a evolução recente das receitas do mercado de seguros – com quedas sucessivas de taxas de crescimento anualizadas – permanece mostrando que o segundo semestre deste ano será mesmo desafiador.

Em geral, as indenizações e resgates durante o ano evoluem abaixo das receitas, equilibrando melhor os resultados (“sinistralidades”), mais um desafio setorial para o segundo semestre pela sensibilidade de tarifas (preços) à capacidade de pagamento de indivíduos, famílias e empresas contratantes.